domingo, 26 de maio de 2013

Um Mapa AstraL



Um Mapa Astral...

Algumas pessoas recorrem aos mapas astrais no meio da vida, em alturas de stress, perda ou confusão... Todas essas alturas são momentos naturais e inevitáveis no ser humano e bons para procurar este género de ajuda mas... porque não recorrer aos mapas na altura efetiva do nascimento de uma criança?!

Porque não recorrer ao mapa astral para entender/conhecer logo de início o "estranho" que entra na nossa casa? Porque não recorrer ao mapa astral para DAR nome ao Ser que escolheu encarnar e nascer através de nós?  (...)

A Paloma teve 300 mil nomes antes de nascer, sim, inclusive o nome da minha avó paterna porque tanto me agradava a IDEIA de honrá-LA mas, na verdade, quando vi o mapa d'Ela entendi que isto não se tratava de honrar terceiros mas sim de receber o NOVO, Ela, a unicidade deste SER todo ele coberto por influências e tendências artísticas fortíssimas, capacidade para um amor profundo, dedicação atroz e ao mesmo tempo LIBERDADE, grandes vôos para longe do ninho da mãe... quando A conheci com os seus dois quilogramas de corpo e a sua IMENSA personalidade ecoou na minha alma mais do que três vezes e muito alto; impossível de ser ignorado.:

Paloma* Paloma* Paloma!!!

É um nome estranho, talvez...sobretudo se se vive em Portugal mas mais estranho será Ser/Ter uma Alma de artista sem um devido nome inspirador ... Controverso e que crie ( do verbo CRIAR), de alguma forma, personalidade* É muito mais fácil SER a GENTE  que se é por dentro, com letra maiúscula, quando se atravessa o deserto árido mas fértil da vida do que quando se ganha um bilhete grátis para a Disneyland; a menos que o nosso mapa astral e personalidade sejam pacatos e pacificos e o nome honrado para nós seja um meigo e dito "normal" como a nossa Alma mas isto sem dúvida que não é o caso da Paloma...

Claro que quem me conhece, MAL, poderá ficar baralhado com a afirmação que estou prestes a fazer mas vou afirmá-la como uma verdade absoluta para mim (para MIM, atenção).:

O trauma É essencial para o desenvolvimento da mente.

Sem trauma não existe Gente, existem pedaços de coisas, seres desmaiados, mortos, zombies talvez... mas GENTE, gente que se sente, não... a "minha" Paloma tem PÊLO na venta,  é uma "tempestade que se levantou" (como dizia José Régio no seu lindo poema Cântico Negro, ELA É alguém que rasgou (literalmente e ainda bem) o ventre de sua mãe, que caminhará APENAS o seu caminho, alguém que já voou da minha mão muito antes de me pertencer; logo, se ela fosse efetivamente espanhola JAMAIS seria A Paloma mas como ela é Portuguesa, "meia" Alemão, Sueca e feita em Moscovo, SIM, ELA É o imprevisto; A PALOMA RADHNER.

...O mapa astral... onde entra o título deste post...? Na conclusão .:

Foi ESSENCIAL fazê-lo, ter o seu apoio para entender e Atender bem às necessidades desta Alma que escolheu o meu ventre, o meu colo e o meu conhecimento para Pousar nesta vida que brevemente e para sempre será somente D'Ela*

Paloma, minha Filha, tanto te agradeço por já seres quem És e me ensinares tanto, que És e serás quem queres SER e não quem eu gostaria que tu fosses...

... mas um pequeno GRANDE à-parte... Tenho a certeza que vou amar ver-TE crescer.

Palavra de Mãe Renascedora, mãe vicking, Mãe Bárbara.




Contactos que uso e sugiro para Mapas?
Karina d'Almeida ou Spring Breeze, ambas do FB mas quem Fez e interpretou este foi, sem dúvida, a primeira. Um sincero agradecimento por tão BOM trabalho.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Massagem Pós-parto*


Um parto é um parto, uma cirurgia, uma cirurgia ...
O corpo perde a sensibilidade quando cortado, mesmo em partos ditos "naturais" onde se usa corte e pontos... Alguns nervos podem e são afectados e a coisa mais estranha, ou uma das mais estranhas, é "acordar" num corpo que parece não ser o nosso. Raras são as pessoas que sentem confiança em receber toque após uma cesariana porque o pós parto é tão doloroso mas neste 4to nascimento senti uma enorme necessidade de ser tocada, apoiada, nutrida, curada. Chamei a "velha" chetnA ( Joana de baptismo, chetnA a sua escolha como mulher crescida) e pedi-lhe ajuda. Nove dias depois; ainda com penso e pontos e tudo o que tinha "direito" como consequência directa de uma cirugia, sobretudo dor, tanta dor. ... Estava Ela e Eu , com um pontinho de nervos de consciência mas lá iniciamos o trabalho, eu respirava e entregava-me, Ela respirava e dava-se; a massagem correu tão fluida e retirou de mim tanto stress; mentiras internas de coisas como: "Agora não me posso mexer, não posso mexer na barriga, para não a irritar, infectar, magoar...." Descobri o contrário; não só posso como DEVO! O corpo físico precisa de toque para se regenerar e o resultado mágico é estar a viver um pós parto semelhante a um parto natural; Estou de pé desde o 2do dia da cirurgia e faço tudo menos carregar pesos pesados; Cuido de mim e dos meus, da casa e da alma e as vezes estou cansada sim, e dói-me aqui e ali mas lá me lembro da aprendizagem e apoio-me. Massagens, mimos, bons pensamentos e tudo recomeça a mexer dentro de mim* com pessoas no mundo assim, como a Joana / chetnA , tudo se torna mais fácil de entender e até o anti-natural se aproxima do tão natural.

A cereja no topo do bolo? A pequena Paloma, que estava com o pai para eu usufruir da minha escolha começou a chorar e a refilar; deixamo-lA vir e o que ela queria era o mesmo que eu.: Nutrição. Ficamos juntinhas, a receber o que conquistamos * direito à vida. 
Direito a tudo o que há de bom neste mundo maravilhoso e abundante e agora? Agora quero mais :) !

"Artes de Gaia" é o nome com que este trabalho desta pequena deusa se apresenta Na internet.

Contactem-na e entendam melhor o que aqui escrevi. 


Palavra de mãe massajada.

sábado, 18 de maio de 2013

PotinhO de meL


Hoje o meu coração dói.

Faz 18 dias que tive um bebe de nome Paloma; Tão provavelmente a minha última bebé biológica...
O cheiro dela cativa-me, o choro dela comove-me; mas sobre isso tudo já eu tinha escrito, a questão que se levanta é o toda e quão completamente "destrambelhada" hormonalmente estou neste momento... Existem os outros 3 que também levantam tudo e tanto dentro de mim.

A Carminho fez 18 meses e "teve" de levar a sua última vacina, como consequência, fez um febrão descomunal... Dou por mim a chorá-la porque ela "Ontem" era o mEU bebe e agora, perante a outra, parece Ser de um tamanho gigante. Sinto-me literalmente cortada ao meio, talvez por isso atraia tantas cesarianas na minha vida... Parece que o amor não chega para todos, não no sentido de escassez mas porque ele cresce de uma maneira tão intensa que já nem o corpo o sinto. Estou rasgada; esmagada, dividida, baralhada, emocionada, esticada! Corro para o quarto da C. para ter a certeza que a febre realmente baixou, dou por mim a mergulhar na cama de grades, a abraçá-lA, a dizer-lhe as coisas incríveis enroladas na mesma almofada, eu com os pés pendurados e de fora...:

" - Vou amar-te para todo o sempre, és o meu bebé favorito..." e tudo o mais que me ocorre e jorra de mim naquele momento. Tudo verdades, atenção, no entanto tudo "mentiras" porque são todos E de facto os meus favoritos num dado momento... Ponho a mão no peito e ainda o sinto, graças a deus estou viva! Sinto, sim, que vou rebentar, explodir... mas este coração ainda bate. Estou viva! Sinto tanto!

O útero lateja... Arde... Zangado... Ferido... Cortado... Magoado... Ele queria ter eternamente filhos mas estes já são tantos... A C enrola-se no meu braço e suspira... Está tudo a melhorar... Será que vem algum castigo?... AI!!

Diz o povo que uma desgraça não vem só ... então muito menos virá uma alegria, certo?

É que quero sentir sempre isto... Sou uma "toxico-dependente" das emoções... Pode parecer louco mas é o que me dá vida aos ossos.

Sinto-os todos, um por um (os ossos e os filhos:) e sei que os amo como se mais nada existisse e assim, sem mais nem menos, escorrega-me uma verdade pela boca.:

Carminho... És o meu potinho de mel*

E ela, tal-qual o ursinho Pooh abre os olhos, dá-me um beijinho e volta a dormir a sorrir e com isto sei:

Sim, O AMOR PODE SER INFINITO e VAI CORRER TUDO BEM.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Cordão umbilicaL



Sem mais nada a acrescentar.

Eu, Mãe.

Coaching Parental


Quis a Paloma trazer-me a Doula e Coach Ângela Coelho... Sim porque isto de gerir partos "frustrados" e famílias numerosas tem muito que pensar e repensar, tudo o que se julgou como certo é posto em causa porque nenhum novo membro é igual ao anterior, nenhuma chegada tem o mesmo impacto e sobretudo nós, pais e mães, não estamos sempre iguais, no mesmo mood, na mesma vibração; "pequeninas coisas" como uma epidural mal administrada, um bebé mais chorão ou prematuro pode mudar toda a nossa visão geral da maternidade; um puzzle que só encaixa com as devidas peças certas, certo? Aqui entra a Ângela.

Entra literalmente pela a porta da frente depois de esperar cinco minutos em vão pois a campaínha ficou sem pilhas pela 320 vez devido à brincadeira dos mais velhos chamada o ding-dong. A sorrir dá-nos um abraço ótimo, maternal q.b., nada dengoso, apenas seguro. A Ângela é alguém que usa bem os seus dois lados do ser, muito ying e muito yang, ela não é fundamentalista, nem pouco mais ou menos, não usa a mesma teoria para todos os seres, nem pouco mais ou menos, ela ESCUTA e direcciona as perguntas certas para rapidamente "batermos" com a cara na parede da nossa resposta interna; ela é alguém que não retira a resposta da Mãe ou do Pai, pelo contrário, ela ajuda a Mãe e o Pai a relembrar que eles sempre souberam o que fazer, onde e como; estão "só" e apenas cansados das noites mal dormidas.

Tem expressões engraçadíssimas como .:

- Ângela, na verdade o que o meu corpo me pede é um detox de sumos de um dia ou dois... Foram tantas as drogas no hospital, o antibiótico inchou-me, ainda sinto a dormência nas costas... mas ao mesmo tempo a amamentação...Será que faz mal?

- Bárbara... Alguma vez viste uma mãe em África a comer um banquete para dar de mamar?

Pronto.

Assunto arrumado e deveras bem arrumado.

A nossa civilização "civilizada" complica tanto... Demais! As intenções? Todas maravilhosas mas o resultado é, ás vezes, maioritariamente, tão complicado... E lá vem uma Ângela; Uma Doula, Uma Mãe, Uma Esposa, Uma Mulher, Uma Trabalhadora, Uma Sonhadora, Uma Lutadora; sem medo de se expor, que fala de si na primeira pessoa, olha nos olhos e É real, tal qual como EU gosto*

Se gosto do trabalho dela/dEla em si? Não se trata disso... ACONSELHO, RECOMENDO; acho verdadeiramente essencial em fases importantes e marcantes do seio familiar; como o nascimento de um irmão, a preparação para um parto, a entrada na adolescência de um dos filhos, uma fase de tensão matrimonial ou uma mudança drástica de pais ou de escola. O trabalho desta senhora que não está, nem acima, nem abaixo, do nosso conhecimento geral da vida É importante porque é ORGANIZADO, a Ângela é nitidamente um Ser que se trabalha, que É consciente de si e só estuda isto, comportamentos familiares, tradições antigas, maneiras concretas de trabalhar o lar emocional e como tal é uma otima ajustadora de velas do nosso gigante barco da vida ajudando-nos a chegar à meta do final.

Vale a pena? Vale a pena SIM!

PALAVRA DE MÃE.

(Onde encontrar? O livro em qualquer livraria.
A Ângela? Ligar Facebook. Adicionar Ângela Coelho, a que tem um cabelo curto e um sorriso sóbrio, certo, seguro. Sim; ESSA! )

terça-feira, 7 de maio de 2013

M'Eu eU


- Esta é a ilha da mãe e eu gosto tanto dela.

... Fecha a porta e deixa-Me com o desenho na mão. ... Afinal tenho/sou uma ilha? Solitária. Com apenas "" uma casa entre duas arvores? Vacilo entre o susto e o alívio... Na verdade, desde que houvesse internet :) vivia feliz. Já sonhei em partir, sim; mas na verdade nunca o fiz e, por agora, e desde que Ele é nascido vivo numa vila; no meio de uma comunidade; porquê, então, é que Ele me vê assim? Chamo-o.:

- Zé .......
- Nao sou Zé! Sou Bernardo .

Ás vezes esqueço-me que ele adoptou o segundo nome... Ok; Recomeço.:

-Bernardo ... Que ilha é esta?

- É a da mãe.
- Mas eu não tenho nenhuma ilha... - digo com medo de o desiludir.
- A mãe É uma ilha. - e pisga-se.

Ora... E esta?
Fico colada ao papel até o entender. Este "miúdo" não é esquisito, não; Nem deprimido; Nem tão pouco filosófico , o "miúdo" é meramente um BOM observador; Ele vê-me. Já apanhou o meu maior hábito; o vício de viver dentro de mim. Observando-me, como ele me observa a mim; tal qual dois faroleiros observando todas e cada uma das marés para salvaguardar qualquer possível e evitável naufrágio .

Tornei-me n'um vício de mim e parece que vou ter um companheiro.
Um doce companheiro...*

Depressão pós partO




Confesso ... A ideia dos meus filhos crescerem deprime-me.

Não que não goste de todas as fases mas há algo absolutamente místico e mágico num recém-nascido. Estão n'outro mundo, um paralelo talvez, interno, provavelmente, onde todas as portas; dos sonhos, do presente e do futuro estão interligadas. Passam horas de olhos fechados a gemer e a sorrir; a revirar as retinas de pálpebras semicerradas e fazem-me recordar a origem dos tempos.

A Paloma abre ligeiramente a boquinha enquanto se deixa andar a viajar e enche o ar com um cheirinho a mel típico dela e de quem é alimentado 100% com leite materno; sorri de tempos em tempos; e tudo isso fez-me ganhar o hábito de a aproximar de mim para lhe respirar um pedaço do seu sopro de vida que é ainda e totalmente inocente e divino (prometo sempre devolvê-lo mas na verdade entra-me pelos poros adentro e cola-se a todo o meu ser de onde promete jamais voltar a sair). Não estou obcecada, não... (que ideia...) estou é completamente e apenas consciente de que vai EFETIVAMENTE crescer e já caí no engano de me queixar de um recém-nascido, por cansaço misturado com ignorância e depois arrependi-me quando cresceu. Só assim entendi a frase que as tias avós diziam e eu julgava cliché.:  

"- Aproveita bem porque crescem num instante..."

Tivesse eu um útero imaculado e via-me a ter 12 filhos. Era certo e garantido. Não há nada melhor (para mim) que este chegar na e à vida. São anjos que descem. São anjos que nos escolhem para encher a casa com cheiro de rosas ainda que não haja nelas uma única em flor. É magia pura, bruta que arde no peito como desinfectante numa ferida aberta. Sim, confesso, tenho uma depressão pós parto e Choro. Não quero que esta vá. Que parta de mim* Vai ser a última bem provavelmente e quero "bebê-lA" até ao fim. 

Abençoada depressão que me faz ouvir músicas em repeat mas me dá tanta consciência de mim * 


http://m.youtube.com/watch?v=-CsA1CcA4Z8

sábado, 4 de maio de 2013

GRACIAS a LA vidA






Este ano não tenho tempo para telefonemas, visitas, presentes para as pessoas importantes taurinas da minha vida. Desde já lhes agradeço o entendimento, estou em alma com cada uma e cada qual e o meu presente neste maravilhoso mês de Maio, de Maria, da fertilidade é esta música linda em repeat:


Por ordem de chegada ao mundo.:

Tia Ana, a justiceira*
Prima Carlota, a decoradora perfeita.
Maravilhosa amiga Andrea, a mais antiga das amigas*
Catita fininhA Patty linda, a macaquinha do riso*
Rodrigo, o meu primo que ama a Luz da Luuuuua :)
Esperança, ainda compincha de pequena e aventura ( saudades de ti... )
O nosso nobre e maravilhoso filho José Bernardo, o menino nascido velho-sábio.
Os meus irmãos manelitO e Tomás que cresceram rápido mas felizes ...
A nova mas simpática "madrasta" Cristina 
A Jo Monteiro, a mulher fogo que filma a alma com alma.
A minha afilhada Mariana Brown, a miúda mais linda da linha.
Mafaldinha, a prima australiana pequenina *
E a nossa nova filha Paloma de Jesus, a bebe lusa que há de dançar, cantar e encantar como ninguém. 
Por fim, a todos os outros que se irão cruzar no meu destino e caminho.

Para o ano que vem celebramos na serra em honra das flores. 

A sagitariana que vos aprecia tanto 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Um presentE que ficará eternamente presentE


Uma palavra, uma imagem, uma oração, uma protecção * 

É tudo e tanto do que precisamos para Ser feliz.

Um anjo pousou no parapeito do nosso quarto nesta ilha infinita, um anjo chamado São e cantarolando em notas suaves e melódicas anunciou aquilo que se chama uma homenagem; uma dedicação.: 

A ti, Paloma do nosso coração .:




(a pomba da paz)

No dia em que nasceu Paloma
tudo ficou luminoso:
seu pai tocou “concertina”, dias a fio…
Sua mãe esquecida das dores
agradeceu a filha que teve,
com dor, mas macia, mansa
como os anjos das histórias….

Paloma é leve e serena,
pele suave de cetim.
Nasceu em dia de graça,
em casa de sua mãe.
Digna e bela.
Nasceu Paloma, solene,
no colo de sua mãe. 

São


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Paloma




Bebe nos braços ; iPhone no pé

Nasceu mais uma...
Fica sempre tanto por dizer. Os sentimentos voam como cortinas ao vento. Janelas escancaradas estas, as da minha alma. Olho e choro e choro e riu. É sempre tudo tão certo dentro das 4 paredes da minha mente e depois chegam estes anjos para levantar correntes de ar.

Um dia hei-de falhar... Oiço a ecoar no dentro.

Acontece naturalmente a todos os que se tentam viver. - respondo-me.



Leio teorias académicas sobre a maternidade e nenhuma me diz muito. A minha escola é aqui; No dia-a-dia, no habitar. É ver os meus filhos a nascer e  o quarto inteiro onde largo o corpo encher-se da luz da esperança e ao mesmo tempo ver-lhes a cara franzir com dores de cólicas e sentir.: 
" Credo! Tomara que nao fiquem muito tempo assim..." 
É o oscilar entre o amor frontal, de choque, sem barreiras e o pânico absoluto de não dar conta do recado.
E se eu me irritar? E se eu os traumatizar/ estragar/ quebrar a sua inocência (?) e o adulto que vive em mim ao ouvir-se sorri; claro que isto pode acontecer sim; claro que isso eventualmente vai acontecer, sim. Seja dentro ou fora de casa. Seja aqui ou ali mas nao é isso o que nos molda a vida?
Vou sentindo a "sorte" que me abraça como um manto dourado. Sinto-a não como um acaso mas como algo que teci para mim. Lembro-me de tardes que passei ao sol, debaixo da palmeira da casa da minha mãe, com os pés mergulhados na piscina e a cabeça a girar dentro das páginas várias e variadas dos livros da Isabel Allende. Não sei se ela era efectivamente a minha escritora favorita porque desconheço toda a literatura do mundo mas sei que a minha avó afirmava ser a sua e ao ler as suas histórias voltava sempre ao colo da minha avó que o tempo maldosamente insistiu em me levar. Entendia tão bem o que ela procurava naqueles livros... a intensidade da vida que se dava dentro das grandes fazendas chilenas com as suas famílias numerosas e as suas memórias e palavras ia idealizando, inconscientemente, a vida que escolhi ter; Filhos e mais Filhos. Histórias cruzadas; embaraçadas, tecidas, abauladas. Sou ou tornei-me assim uma alma viciada em historias; De gerações; uma espécie de Velha "burra", que insiste em não evoluir tudo só para ter o prazer de voltar.   
Sou daquelas que ainda faz juras com intenção de realmente as cumprir.
"Havemo-nos de nos encontrar, noutra vida, perto deste espaço"; já o disse certamente milhares de vezes e então volto porque há que voltar. Volto porque este é o meu céu, o meu jardim prometido; a minha terra .
O que me eleva já não é o subir mas sim o enraizar.
Se sei por onde vou? Para o que vou? Ao que vou? Nem por isso...
Mas De vez em quando entendo/vejo como um filme clássico numa tela grande o gigante trabalho que efectivamente já fiz, sem "querer" em todas as minhas vidas. 
Chego à conclusão que as visualizações criativas que se vendem em cursos de meditação complicados e em páginas ilustradas por aí é o meu estado natural de existir. Não sei ser de outra forma; sonho desde o dia em que nasci em ser feliz e é com certeza por isso que cada um dos nossos filhos nasce feito da matéria dos sonhos que retive e teci dentro em mim.
Quatro cesarianas super violentas, sim. Arriscadas, provavelmente e também sim porque não há nada de natural numa cesariana; mas não poderia deixar de as fazer; arriscando-me ou não de me perder este foi um dos grande motivo do meu viver; em nome do verdadeiro amor cavalgo; é a vida da "mãe" Bárbara Jordao filha de Sílvia e João por agora.


Um dia, mais à frente ou ao lado quero "ser" escritora. Baseada em quê não sei... Provavelmente não terei tempo para voltar a estudar as artes complexas da boa literatura mas cada vez sinto mais que a minha escola é esta; a vida que escolhi viver.




Um dia neste corpo equivalem a anos de um outro "semi morto".

Sem os meus sonhos sou absolutamente nada nem ninguém.

Pedaço de carcaça velha largada ao sol. 

Vida; Abraça-me. Aceito-te em mim*