domingo, 31 de agosto de 2014

Encantamento


Há muito tempo que não escrevo no MaYFaYMaE, provavelmente por cobardia e falta de tempo; a verdade é que este último ano foi altamente relevante, cheio de fantasmas disformes a saltarem do armário; medos; traições; trocas e baldrocas mas sobretudo sofrendo sempre da mesma e velha imensa pressão da questão que me corrói.

Algumas pessoas acham egocêntrico e excêntrico outras pessoas publicarem fotografias privadas, falarem ou escreverem sobre sentimentos intensos mas ao mesmo tempo recebo emails sinceros de profundo agradecimento pela minha exposição gratuita e desinteressada.

Sou apenas uma mãe à procura da sua alma.

Desconfio então que o maior fantasma em mim sou eu mesma; que importa a opinião alheia se me sinto melhor no partilhar do que no guardar? Que importa quem não importa? As vezes quando estou cansada procuro nobre gente que se expôs em grandes livros mas também encontro muito conforto em simples blogues com cheiro a café de avelã ...

Recordo-me; recordo-me! Que interessa o que não interessa?!

Hoje senti uma sensação maravilhosa e quero partilha-la porque nem sempre é vulgar e casual ; entrei em casa e pensei com todas as forças da minha mente " É bom estar aqui porque Eu vivo Aqui"

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Porque chora o ser humano?


Porque é humano.

O humano é o único bicho que não se explica porque tem uma cabeça em cima dos ombros e um coração entre os braços. O coração é o órgão mais mal criado que um homem tem; é aquele que monta um cavalo e percorre o deserto árido. O coração é um inconveniente que, ora está bem, ora deixa de estar... É o órgão mais forte e o mais fraco, tem manias, tiques e toques...

Eu queria ter nascido com um coração mais brando, menos bravio. Eu queria ter nascido com um coração sem paixão porque a paixão é o pior inimigo do coração . É um fogo que arde tudo, sem piedade, nem compaixão . É um fogo que mata, destrói...

Eu queria estar aí e estou aqui. Eu queria mandar em vez de receber ordens.

Eu queria uma ilha , de areia branca onde por um só dia podia existir só eu, sozinha; num
Universo paralelo ao d'aqui; sem perder nada. Eu queria um telescópio com telefone para chamar os meus amigos do outro espaço. Eu queria dormir o dia inteiro no coração de um vulcão, abrir as asas e voar sem me despenhar mas o coração manda-me sempre para outro lado, o lado de cá, do quadrado social, da caixa onde me enfiaram quando eu nasci.

Morri.
Parte de mim sim.

Não amo mais; pelo menos assim.