sábado, 21 de dezembro de 2013

Faz um Ano



Faz um ano que passei um dos melhores Natais do mundo.

Este ano estou amuada.
Quero colo mas não o tenho. O ano passado, literalmente escrevendo, também não o tive mas não o chorei.

É tudo uma questão de passado...

Quando há divisão real, um rasgo, rasga (ponto)

Faz 380 dias que juntei-me com toda a minha família real, pai, mãe, tios, tias, primos, filhos, este ano estamos partidos, cada um no seu local e isso faz-me recordar o natal de antigamente.

Filho único, de pais separados. O pior...

Na véspera, em casa da "minha" avó simples e feliz, reinava a festa, o grito, o papel rasgado por todo o lado, o açúcar das fatias douradas livremente polvilhado, as saias semi-rasgadas de tanto pulo, as meias desordenadas, no dia seguinte vinha o oposto, o cabelo penteado, repuxado, arranjado; o apertar do laço rijo, o entrar sozinha pelo salão, o almoçar na cozinha, o querer um irmão, um abraço, um carinho.

Havia sempre uma "Sara" alada, que enquanto servia pratos batia palmas para me animar mas chorava, disfarçada, atrás de uma porta.

- O que tens? - perguntava-lhe eu. 

Entre nós nunca existiu formalismo até deixarmos de nos ver.

- Ai menina... Queria pertencer a uma família...

E eu, que "pertencia", também a chorava, me chorava, nos chorava.

Filho único, de pais separados...

Nunca pertence a lado nenhum, percorre a vida, pela frente, com esta antagonismo de pensamentos e emoções. 

Choro ou sorriu?

Hoje estou assim.
Assim.Assim


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