quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Mulheres Domesticadas








Carne ou Peixe?
Arroz ou Aveia?

"Saber" Estar é simplesmente Estar como se É ou fazer de conta de que se é o que não se é?

Existir livremente requer Agressividade?
Liberdade em excesso é efectivamente um excesso ou simplesmente experimentar?
Quando sabemos quando parar?
Arrombar/derrubar o Outro que nos tenta forçar a ser outra coisa que não nós próprios é ser malcriado ou lutar pela nossa liberdade mental?

A vida é, talvez e de facto, uma linha ténue entre a verdade-verdade e a mentira pessoal...
Entre Ser ou fazer de conta que se É.

A dualidade que nos invade enquanto mães que educam filhas é algo que trespassa, ainda mais e pelo menos, a minha espinha.

Intenso...
no mínimo.

Para quem não se pensa por favor ignore as minhas seguintes linhas...Para quem se sente, sinta-as.


Quem Somos?
Para onde Vamos?
O que Fazemos?
Para que Fazemos?
Porque e Como fazemos?
O que levamos?
O que deixamos?

A Criação que pomos no mundo é realmente de nosso agrado e satisfação?
Quanto tempo passamos por dia a polir os nossos filhos mostrando-lhes o quão "imperfeitos" são?

Como contrabalançar entre o selvagem natural e saudável e o doentio Domesticado sem esbarrar na imoralidade emocional e espiritual?

Valerá a pena tornarmo-nos de tal ordem vulcânicas que de nós tudo/muito foge? ou...
Valerá a pena tornarmo-nos de tal ordem "arrumadas" e senhorinhas que de nós fugirá apenas e só O essencial; o propósito desta vida...

Passar a ferro, "evitar" sujar as rendas, falar direito, endireitar as costas...sim...Pratico TUDO. RELIGIOSAMENTE TUDO, de vez em quando... mas quanto é que isso leva de mim? e delas??

Conheço, ou julgo que tenho a sorte de conhecer, duas ou três mulheres que considero Mulheres e até n'elas e sobretudo n'elas vejo, com toda a clareza, esta dualidade, esta intermitência da Alma Viva versus o Ser Social que também se é ou que é esperado de e por nós mesmos.

E no fundo do poço permanece a mesma pergunta.:

Quem Somos?

E sobretudo:

Quem queremos Ser?!

Como fomos "programados"?

Quanto de nós nos permitimos Ser? Seguimos o nosso sonho, se é que sequer ainda o temos?

Fugimos ou adiamos a vida VIVIDA porque temos medo de desiludir alguém?

Temos medo do "que se vai/pode dizer" por ai se formos "assim"?

Medo de perder O amor primordial? Se sim é porque no fundo não confiamos em ninguém; se sim é porque no fundo não confiamos em Deus ou qualquer autoridade "" semelhante.

Evitamos o grito individual que nos move em frente só para evitar um conflito?

Mas Crescer e Evoluir é essencial!

Oiço historias de pessoas que jogam "jogos" para manter relações enquanto bebo "cafés" a tentar manter amizades que talvez já não sejam mais do que hábitos sociais; porque assim aprendi. Ou será que bebo cafés como estudo social que me leva e obriga a crescer e a evoluir?

A OBSERVAÇÃO DO OUTRO É A OBSERVAÇÃO DE MIM.

Ouvir coisas como.:

"Sim porque...Agora ligas daqui a dez minutos e dizes "não sei o que" e fazes blá blá blá e vais ver que "ele" (ela) fica maluco"; faz-me olhar para mim. Vejo-me.
Cabelo esticado, sim. Tem dias desses mas hoje em dia muito raros; porque me escapa o tempo; porque me escapa a paciência de. mas sobretudo (re)vejo-me a roer um pêssego...
(re)Vejo-me a ser um pedaço de Tudo;

a Selvagem e a Domesticada.

Eu nunca joguei um jogo de amor... Pelo menos, Acho eu...

Eu sempre existi, fui sendo, fui andando, fui caindo, fui chorando, umas vezes empurrada outras vezes de queda natural mas raras vezes ME fingi e o que levo?

Levo o que é meu. Ponto.

Ás vezes dizem-me.:
- Tens tanta sorte.

Talvez...
Mas ontem o "meu" marido leu para mim .:

"A sorte é quando a preparação e a oportunidade se encontram."

Sim.
Concordo.

Trabalhei-me.
Trabalho-me.
Trabalharei-me provavelmente para quase todo o sempre.

Às vezes tenho a mania que já sei "tudo" mas rapidamente me passa.
Ninguém sabe tudo; Só o "Tonto" julga que sim.
Estamos sempre a aprender... Então olho e Olho...
Entre a Selvagem e a Domesticada quem sou Eu?
Sou.
Ponto.
Vou sendo*
Experimentando o ser, Sou.

Aquilo que Somos quando Somos de Verdade é completamente e verdadeiramente insubstituível.

Isso sim.

Levo-me para a campa com apenas uma certeza; não controlo ninguém. Não quero controlar; Quero viver.
Nunca saberemos se as pessoas que amamos vão continuamente e eternamente gostar de nós mas devemos morrer com a certeza de que fomos honestos na alma e no coração para que quem nos rodeia possa escolher, na consciência, ficar ou partir.

Sou. Ponto.
Sou uma enorme dor de cabeça; Sobretudo para mim. Mas sou, talvez, a minha mais divertida companhia.
O resto?... não é sei.

Sou. Sou tudo o que me apetecer.

O resto?...não sei.

Sou. Ponto

O resto?... não é da minha responsabilidade.

Não magoo voluntariamente ninguém mas magoo, muitas vezes, sem querer.
Sou. Ponto. Humana.

Sou. Ponto. A experimentação da experiência.
Sou, quase sempre, tirando os dias em que vou sendo.

Amo toda e qualquer pessoa que É. O resto...? não é da minha responsabilidade.

Vou chorar, vou rir; MUITO ao longo de toda esta minha vida ( e na morte provavelmente também)
Com toda a gigante certeza vou-ME zangar, urrar, berrar, explorar, rebentar e cantar mas vou amar e re-amar com todo o fogo que o corpo tem e vou pensar e re-pensar com todo o neurónio que os pós-partos deixaram escapar. Vou caminhar e viver como uma chama que arde alta e muito transmuta, vou experimentar fundir o céu, sem véu, com a Terra.

Vou. Ponto. e quem quiser vir comigo sente-se e voe comigo.

...............................................................................semi domesticada. Semi selvagem....

diria até e então.:

Totalmente e Completamente descompensada MAS balançada*

A vós, Mulheres.

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