domingo, 6 de abril de 2014

Destralhar = SER LEVE


Cresci numa família onde nunca faltou dinheiro, graças a Deus mas sobretudo graças aos meus ancestrais que sempre trabalharam para o ter. Nunca ninguém deu nada a ninguém, nunca nada foi de borla mas uma coisa que observo à luz do tempo que me separou do que eu era quando era pequena e do que desejo ser no agora é isto.:

Para quê tanta tralha? Tanta Carga?

O meu avô viveu praticamente toda a vida numa mansão absolutamente imensa onde acumulou TANTOS livros para ler, tantos hobbies para fazer quando se reformasse e agora está cego.

...

Eu.
Eu às vezes quero fazer Tricot então compro seis novelos de lã para me motivar e uso apenas um.

Eu às vezes quero costurar então guardo 600 pedaços de panos para coser e coso apenas um.

Eu às vezes quero escrever então acumulo milhentos pedaços de guardanapos com ditos perfeitos mas incompletos e uso nenhum.

Eu às vezes quero trabalhar mais a parte espiritual então rodeio-me de papeis de consultas, cursos e cursinhos, descobertas e, e, e... uso, praticamente e só, o meu instinto.

Eu ás vezes quero ser melhor mãe então acumulo milhares de livros de psicologia infantil que até leio mas nem sempre até ao fim... e ... e... e... praticamente, aplico um.

Acumulo. SIM! Confesso. Acumulo mais do que tralha, ACUMULO projectos de vida que não tenho tempo para viver.

O QUE SOMOS NÓS AFINAL?

O que nos define?

O que adiamos que é REALMENTE importante?

Quantos de nós deixamo-nos em vão na prateleira debaixo das escadas? 

Quantas de nós afirmamos os nosso verdadeiros Sonhos? Quantos de nós escolhemos ousar?

Será que sabemos fazer este compromisso de ser Uma coisa de cada vez? Sem medo que o tempo nos atropele e nos leve?

Quanto de nós confia na vida e na sua abundância completa?
Quanto de nós acredita que temos tempo para tudo?

A minha casa parece um Atelier lindíssimo o que não quer dizer que eu tenha efectivamente TEMPO para ser a artista que imaginei ser. 

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