segunda-feira, 8 de abril de 2013

aS valquiRias também são gente!



Estou de trinta e quatro semanas do meu quarto bebe. Este bebe chega ao mundo uterino quando o terceiro filho tinha apenas 9 meses. Se é cansativo? Nem sequer vou comentar mas ela quis vir, sozinha, sem ninguém a mandar chegar, fintou pílulas e úteros cozidos, magoados por uma cesariana, diria eu TOTALMENTE "inevitável"... e quando chegou fiz-me a deradeira pergunta.:

- Quem sou eu para a proibir de nascer se ela já prova, só por existir nestas condições, ser da melhor raça possível, as que vêm PORQUE QUEREM VIR, porque TÊM de vir; perguntei ao meu marido o que ele sentia perante a hipótese de termos mais um filho ali e agora (sim, porque neste aspecto sou muito rígida nos pensamento, acho que os filhos devem ser um projecto a dois, mesmo que separados, não acho justo as mulheres OBRIGAREM os homens a terem filhos se eles não os quiserem ter, para isso acho muito mais justo a inseminação artificial, como também não acho justo homens violarem mulheres porque se sentem no direito de o fazer mas avante...) o "nosso homem" remata.:

Se as senhoras da aldeia conseguiam criar filhos em condições bem diferentes das nossas, se tu e eu a quisermos nós também vamos conseguir criá-la muitíssimo bem, custa-nos um bocadinho mais agora, no início, mas depois passa. PONTO

Posto isto e porque Sou uma pessoa que assume muito as suas coisas arquivei o assunto: Está feita, é preciso cuidar dela sim, vamos lá cuidar da alimentação, cortar os vícios negativos mas não esquecer a verdade de que Já estão cá, nascidos e bem vivos outros três que não podem ser esquecidos, certo? Por isso o detalhe da sesta de grávida terá de ser completamente abolido da minha lista de prioridades. Além de que a somar aos dois filhos nascidos e ao bebe de 15 meses junta-se um compromisso profissional que muito honro e gosto de fazer com pessoas exemplares que merecem sempre ser respeitadas e receber o meu melhor.

Gosto de viver assim, o que posso fazer? Sou uma pessoa activa, sinto-me doente e triste quando não tenho projectos. Dou o "litro" e deito-me cansada mas SINTO-ME viva e completa quando sei que só tenho o que MEREçO ter, não nasci com o rabo virado para a lua, esforcei-me e o que tenho posso dizer que É, de facto, MINHA CONQUISTA, consequência directa do meu esforço; mas porque escolho tantas vezes dar o mEU melhor isso não me traz a ilusão de que sou Perfeita aliás tenho PLENA noção que Falho, falho tanto! Ás vezes durmo menos do que era esperado para a minha condição mas o que posso fazer se a minha mente não me dá descanso?? Sofro do "mal" de gostar de reflectir, estudar, pesquisar, interAgir; entretenho-me com 300 pensamentos construtivos por hora, se eu fosse uma fábrica de criação os meus empregados eram multimilionários desde o momento que conseguissem aguentar o ritmo louco em que eu AINDA aguento trabalhar (tenho noção que é uma fase) resumindo; isto tudo para desabafar que:

Fui ao médico (médica no meu caso) ... e porque tenho pela PRIMEIRA vez na vida um seguro de saúde brilhante permito-me a ir às melhores clinicas ser acompanhada com as coisas xPTOS todas que achei que mereço ter, a nova questão que se levantou em mim depois do dia da consulta é.:

Será o xPTO o melhor para mim?

A pedido da Médica já fiz 3 ecografias morfológicas, duas vezes análises e cinco consultas de rotina para me pesar e ver a tensão... um bocadinho excêntrico não? Nas outras três gravidezes optei por uma eco morfolágica, os despistes de rotina OBRIGATÓRIOS e duas ou três consultas de rotina tudo porque não gosto muito de viver a ilusão e na altura a vida não nos proporcionava (ou nós mesmos não criávamos) mais; quando não há "dinheiro" não há palhaços; diz o povo entre esquinas, assim sendo das outras vezes frequentei centros de saúde e hospitais públicos e talvez por estar entre os todos e os demais não tenha ouvido nenhuma boca patética de julgamento sobre o meu estado de mãe mas quis agora que o xPTO se tornasse um veículo para eu experimentar o tom crítico da senhorita que faz as marcações das consultas; personagem essa que desde o início da minha gestação reparo que arrasta os pés aborrecida ou saturada com a sua vida para chegar ao fim de um corredor minúsculo para trazer uma mera ficha e me perguntar regularmente.: "Outro??? Não sei como é que aguenta tanta confusão."

Eu também não sei sinceramente mas chego à conclusao que o que nos esgota são os adultos idiotas do mundo e não as pobres crianças que nos dão a mão ingenuamente quando o coração nos cai ao chão.

A dita simpatiquíssima senhora fez no dia referência a uma consulta que tive que desmarcar por motivo de doença dos nossos três filhos mais velhos e já nascidos e com o nariz bem torcido acrescentou num fantástico tom assim.:

" É que sabe, as ecos são todas para fazer senão a Doutora não as mandava fazer, certo?"

Ora pois... as ecos que custam 170€???! São todas para fazer? Certo... e É exatamente isso que faz de mim uma maravilhosa mãe, certo? O número de vezes que vou bisbilhotar o meu útero em busca de defeitos ou detalhes que certamente não vou poder evitar se tenho na alma a sensação de dever, no bom sinal da palavra. Sinto que fazê-los é aceitá-los. Ponto. A partir de um determinado número de semanas, por exemplo as 20 semanas... há alguma coisa a fazer se se descobrir qualquer coisa um bocadinho errada (não estou a falar de coisa extremamente graves, ok?) ? SINCERAMENTE; se às 30 semanas descobrissem a falta de um dedo o que se podia fazer? TEM 30 SEMANAS!!! Já com 3 ecografias feitas!!! Onde está a minha grande CULPA de ter de faltar a uma consulta?

Respira mãe Bárbara, não vale a pena PERDERES A CABEÇA, oiço no meu pensamento.

Sento-me e engulo o atrevimento da alminha pequenina com a certeza porém que quando engulo estas coisas tenho não só a azia típica de quem está grávida mas também a azia TÍPICA de quem engole sapos enormes e penso... Ainda terei necessidade de engolir tretas deste género? Porque atraio este tipo de julgamento? Provavelmente porque ainda há uma certa culpa escondida dentro de mim por ter tantos filhos de seguida... Será que falho com eles? ...

Confronta-la fará diferença ou só lhe dará mais armas para me julgar e irritar, noutra condição É bem certo que lhe respondia com um virar de costas ou um directo "meta-se na SUA vida" mas estou tão grávida... TÃO TÃO grávida e só as outras grávidas ou ex grávidas entendem o que isto quer VERDADEIRAMENTE dizer.: MEGA SUPER CALIFRAGILISTIC SENSIVEL DE GRÁVIDA e então "saco" da única arma real que tenho neste momento: O meu computador... A ferramenta que me permite estar em contacto com o resto do mundo já que escolhi este destino solitário de estar em casa a tentar honrar o melhor que sei este compromisso de SER mãe sem ter empregadas domésticas full-time a limpar a caca do bebe que é meu e só tenho a dizer ao mundo.

" É tão fácil falar não é? EXPERIMENTE FAZÊ-LO"

Abraço de mãe para as super Mães que fazem mil coisas como SER GENTE, MULHER, AMANTE, AMIGA, OUVINTE, PROFISSIONAL (mesmo em part-time) como EU. Não temos culpa de Sermos vivas e almas de fogo como somos.



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