sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dualidade real e normal


Falei com uma maravilhosa mãe que me confessou o quanto lhe custa ser mãe porque tantas vezes sente que há tanta coisa que ela deixou de fazer que amava. Que sente um grito, um vulcão interno prestes a soltar se e a pergunta que sei que ficou no ar foi; como é que tu aguentas?

Aguento "" porque me perdoo. Porque me repito. Porque sei que tudo passa. Porque sei , não sei como, que vou durar muitos anos. Aguento porque sei que é tranquilo falhar, que o "trauma " é essencial para quem cresce, para SER gente . Pessoas mortas, sem histórias não aquecem ninguém, são como canjas, sem sal, são como iogurtes, azedos, são como caramelos, secos. 

Hoje fui trabalhar,
Hoje voltei a casa, hoje oiço Deolinda aos berros enquanto aspiro a casa com o teclado semi aberto, semi fechado e o bebe no canguru e sinto tudo, cansaço por os ter e alegria por os viver, cada gargalhada da Paloma acende a chama da minha alma, cada desenho dos que foram para a escola atiça memórias activas e giras, cada almofada que cheira a pó talco e vomitado remexe o meu pulsar. Amo-os, sim! Mas estou cansada, sim, penso em tudo o que não estou a faZer mas sei que ISTO é o momento que eu sonhei, não vou esquecer.

Respira 
Aguenta
Chora
Sorri mas sobretudo fala, fala com pessoas verdadeiras, normais e reais.

Abaixo aos "iluminados que levitam"! 

Carne!
Encarnados estamos e tudo é , absolutamente, natural.
Vivemos irmãos !!!!

2 comentários:

  1. ♥ é assim mesmo. só não tenho essa certeza de que vou durar muitos anos, se a tivesse se calhar retirava mais forças de dentro de mim :) gosto de te ler.

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  2. Quem aguenta o que uma mãe aguenta esta cá para ficar * abraço. Obrigada imensamente por me ler*****

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